segunda-feira, 26 de novembro de 2018

O QUE É LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA

O que é Linguagem Cinematográfica (Audiovisual)



Linguagem Cinematográfica ou Linguagem Audiovisual, contém uma série de aspectos comunicacionais que incidem sobre as imagens de filmes (no sentido amplo do termo). A compreensão da forma desses aspectos depende de estudo e análise de filmes que contenham exemplos claros e selecionados de cada um desses aspectos.

Para entender melhor baixe este livro 

Do meu ponto de vista, a Linguagem Audiovisual pode ser concebida como uma sequência de aspectos das imagens que se iniciam no nível menos complexo da Fotografia e vão se complexificando até o nível mais elaborado que é o da Estrutura Narrativa. Imagine essa estrutura como se fossem camadas de uma cebola :) .

São os seguintes os níveis de complexidade: Fotografia, Movimento da Imagem, Montagem, e aqui na Montagem surge um aspecto importante que é o Som. O Som é associado às imagens no momento da Montagem (uma concepção que vem desde os anos 1930 do sec. XX) embora tenha sido captado no momento das filmagens. Com a execução da Montagem,vai aparecendo a Estrutura Narrativa, que embora ela se "materialize" na Montagem, ela já existia desde a elaboração do Roteiro Cinematográfico.

Estrutura de Níveis de Complexidade da Linguagem Audiovisual desenvolvida por Hélio A G Souza 
Genericamente podemos definir a Linguagem nas palavras abaixo:

LINGUAGEM: “um sistema de signos e símbolos que permite designar as coisas denominando-as, para significar idéias, para traduzir pensamentos”  (Jean Mitry – 1963)

Se quisermos avançar para Linguagem Cinematográfica podemos considerar as ideias de Metz:

LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA: "Christian Metz (Linguagem e Cinema - 1971) descreve o cinema como uma pluralidade de códigos cinematográficos e a totalidade desses códigos como Linguagem Cinematográfica" (Nöth – 1995)

Surge então a necessidade de se considerar o conceito de Código que de acordo com a Teoria Matemática da Comunicação pode ser definido assim:

CÓDIGO: No modelo de Shannon & Weaver (Teoria Matemática da  Comunicação - 1949) na comunicação há um processo no qual o emissor codifica e o receptor decodifica sinais tendo como base um repertório comum de significações.

Codicidade portanto é uma das características definidoras da Linguagem Cinematográfica. Como são inúmeros os códigos que povoam as imagens cinematográficas, cabe uma classificação para conseguirmos lidar com aqueles códigos que são específicos do Audiovisual (Audiovisual = Cinematográfico). Categorias de Códigos:

1) códigos cinematográficos: caracterizam a fotografia e os planos, os movimentos de câmera, a montagem, a estrutura narrativa, o sistema de gêneros

1.1) códigos não específicos: também encontrados em outras linguagens – desenho, pintura, teatro, literatura, etc 

1.2) códigos específicos: particulares (gêneros) e gerais – pertencem  ao cinematográfico mas podem assumir suas particularidades conforme o tipo de filme


2) códigos extra-cinematográficos: cultural, gestualidade, vestuário, arquitetônico, lingüístico, paisagístico, comportamental, etc...

Cada um dos aspectos da estrutura em níveis de complexidade da Linguagem Cinematográfica possui suas coleções de códigos. iremos na próxima postagem apresentar os códigos que se concentram em torno da Fotografia. 

Os slides que introduzem o assunto estão aqui.





Sugiro uma leitura mais condensada sobre o assunto Linguagem Cinematográfica: o segundo capítulo da Dissertação de Mestrado de Renan Kubota (Estereoscopia em Avatar : significação no cinema 3d. Mestrado em Estudos de Linguagem, UFMS, 2012):


LINGUAGEM AUDIOVISUAL





obs: quem se interessar pela Dissertação Completa siga o link abaixo.





Para exercitar seus conhecimentos em Linguagem Audiovisual, veja o filme DOCUMENTÁRIO "Tarabatara" e observe como a linguagem cinematográfica refere-se tanto ao mundo exterior através de metáforas e metonímias.



Tarabatara (2007) 23min, doc de Julia Zakia
LINK PARA O FILME TARABATARA



Para exercitar seus conhecimentos em Linguagem Audiovisual, veja o filme FICCIONAL  "Saliva" e observe como a linguagem cinematográfica refere-se tanto ao mundo exterior como ao mundo psicológico da personagem.


Saliva (2007) 15min, curta de Esmir Filho
LINK PARA O FILME SALIVA 

domingo, 25 de novembro de 2018

FOTOGRAFIA E LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA

A FOTOGRAFIA E SUA LINGUAGEM


A revista American Cinematographer é a maior referência sobre fotografia no cinema




O tema é fotografia, no sentido mais amplo do termo. A captura da imagem luminosa, estática ou em movimento gera significado. Dominar a técnica e compreender a codificação são condições para construir o sentido no filme.







UM EXEMPLO DO TRATAMENTO FOTOGRÁFICO

A Marca da Maldade (Touch of Evil) 1958 - Orson Welles


Touch of Evil 1958 - Orson Welles
Um ótimo exemplo do tratamento fotográfico como determinante para a caracterização de um filme é o caso do gênero que ficou conhecido como Filme Noir do qual Marca da Maldade se encaixa perfeitamente.



Filmes Noir (Filme Escuro): São filmes produzidos entre os anos 40 e 50 do sec. XX.trata de histórias de detetives, com um tratamento fotográfico específico no qual há claros e escuros em profusão; sombras pronunciadas, criando um clima dramático para as histórias. Acima um link para o YouTube com um apanhado dos dez melhores "film noir" já produzidos. Assista abaixo uma sequência dos 10 melhores filmes Noir. Confira!




sábado, 24 de novembro de 2018

MOVIMENTO E A LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA

MOVIMENTO E A LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA


"Em Busca do Ouro" (1925) "The Gold Rush"


O movimento está no fundamento do cinema. Moving Pictures são as imagens em movimento. A ilusão do movimento é possível por causa das capacidades psicofisiológicas do ser humano. Mas o movimento no cinema também tem significado, esse é o assunto desta aula.







FILME VIVER A VIDA DE TÁTA AMARAL E
OS SIGNIFICADOS DO MOVIMENTO DE CÂMERA

Curta metragem Viver a Vida e a função do movimento de câmera

Neste filme nós podemos observar que os movimentos da câmera tem a função de explicar as mentiras do personagem principal. Localize no filme os movimentos de câmera que inserem um significado que contribui para configurar a estrutura narrativa considerada em sua totalidade.

ABERTURA DO FILME "MARCA DA MALDADE" E 
O ELABORADO MOVIMENTO DA CÂMERA NA ABERTURA DO FILME



O filme Marca da Maldade é uma obra prima de Orson Welles. O Plano de abertura foi elaborado como um "Plano Sequência" que busca caracterizar uma cidade de fronteira entre os EUA e México. Observe que há uma montagem que surge como encenação, já que o movimento de câmera é contínuo. Confira!



O SOM E A LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA

O SOM E A LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA



Durante a produção cinematográfica o som é captado separadamente da imagem. Embora atualmente as câmeras de vídeo ou de cinema digital são capazes de gravarem também o som, o procedimento de gravar o som separadamente ainda é utilizado. Principalmente durante a montagem a separação entre o tratamento sonoro e o tratamento da imagem é um paradigma. Ora, tanto imagens como sons são carregados de significações; portanto nada melhor que dar o mesmo tratamento que se dá às imagens, também ao som. 

Aqui abaixo você encontra os slides apresentados em aula com alguns conceitos sobre linguagem cinematográfica e som.


 


Uma das dificuldades do cinema mudo era a utlização de peças explicatórias quando o assunto era algum som que provocava a modificação de comportamento de personagens. Temos aqui abaixo um exemplo em trecho de um filme de Charlie Chaplin. Veja o momento em que o cãozinho faz barulho, a personagem tampa os ouvidos para provocar o entendimento de que o barulho era insuportável e poderia acordar o leão. 
 


O uso criativo do som com a produção de significados que vãoalém da descrição dos ruídos pode ser encontrado na abertura do filme "Apocalipse Now" de Coppola, quando o som dos helicópteros continuam, mas vemos apenas um ventilador de teto do quarto de hotel onde está a personagem principal, esperando ser chamado para sua missão. configura-se dessa forma uma alucinação que provavelmente está assolando a personagem principal.



sexta-feira, 23 de novembro de 2018

MONTAGEM CINEMATOGRÁFICA PARTE 01 montagem expressiva e montagem narrativa



MONTAGEM CINEMATOGRÁFICA 01:

montagem expressiva e montagem narrativa.


Sergei Eisenstein montagem de Outubro 1928



Alguns teóricos dizem que a essência do cinema é a Montagem. Se não é essência é quase isso. A Montagem não é só colocar um plano atrás do outro, é recontar uma estrutura narrativa e dramática que estava presente no Roteiro e foi decupada durante a filmagem. A Montagem acontece desde o desenvolvimento da ideia, do argumento, do roteiro, e na filmagem. Depois disso

vem o ato de sequenciar as imagens e dar forma à Montagem. Abaixo você encontra o conteúdo da aula de Linguagem Cinematográfica relativa a primeira parte do tema Montagem, no qual vemos a diferença entre a montagem expressiva e a montagem narrativa.



Videoclipe Minha Alma - Rappa: exemplo de montagem em que o elemento ritmo determina os cortes e a duração dos planos. Desse modo, apesar de contar uma pequena história, temos a montagem expressiva rítmica como elemento aglutinador dos planos.





A Montagem Intelectual de Sergei Eisenstein é uma forma de montagem expressiva de natureza ideológica. Ele apresenta um conceito e a história contada aparece apenas como um contexto. Abaixo sequência do fime "Outubro" onde vemos um exemplo de montagem expressiva ideológica.

CARTAZ DO FILME OUTUBRO 1928
(DESIGN DO FORMALISMO RUSSO)




Análise de sequência: Kerensky chega ao palácio. Veja a relação estabelecida pela montagem entre a ave autômato (um pavão de lata) e as imagens de Kerensky, significando a atitude autoritária e arrogante do General. Eisenstein chamou isso de Montagem Intelectual.


quinta-feira, 22 de novembro de 2018

MONTAGEM CINEMATOGRÁFICA PARTE 2 regras da montagem narrativa

MONTAGEM CINEMATOGRÁFICA 02 
elipse e regras da montagem narrativa.

Edição ou Montagem, o conceito deve ser expandido
para além do corte e da sequencialização das imagens.

Nesta aula vimos as regras mais complexas para a ilusão de continuidade. Tudo parece girar em torno do conceito de ELIPSE que é a supressão do tempo-espaço que não são fundamentais para se entender a história. Vemos as regras do EIXO DE AÇÃO que tratam das formas para se obter as elipses. Vemos também as regras das TRANSIÇÕES COMPLEXAS que permitem obter elipses mais sofisticadas envolvendo conteúdo da história e a estrutura narrativa.

https://drive.google.com/file/d/0BwRKMh2WAMEUZERrR0Jvd2dXdzg/edit?usp=sharing




DOV´ È MENEGHETTI ?

Neste curta é possível verificar a incidência de regras de continuidade espaço-temporal, nas cenas de perseguição. Na sequência do quintal com equilibrista no varal, podemos, como exercício, deduzir até mesmo o espaço fílmico que a montagem sugere.





A GAROTA DAS TELAS


Neste curta stop motion podemos observar uma brincadeira cinematográfica com a Direção do Olhar dos bonecos na sequência do bar no filme de Western. Os olhares dos bonecos são necessários para que compreendamos a estrutura do espaço interno do bar e o posicionamento relativo de cada uma das personagens. Observe também que os planos mais abertos são usados como referência visual para a eficiência narrativa dos olhares.







CITIZEN KANE DE ORSON WELLES 

ELIPSE TEMPORAL E O AFASTAMENTO DO CASAL: (este vídeo deve ser visto no youtube, basta clicar no link) Uma cena trivial do café da manhã do casal (primeiro casamento de Kane), que repetida de modo intercalado a planos de "chicote de câmera" apresenta o sucessivo afastamento entre marido e mulher.









FUSÕES E SOBREPOSIÇÕES COMO TRANSIÇÕES COMPLEXAS


Mais exemplos de transições temporais complexas. Neste caso abaixo, pertencem à sequência que mostra o relacionamento de Kane com Susan Alexander. Kane tenta transformar Susan em uma cantora lírica. O trecho abaixo mostra o uso de fusões de imagens de jornais, Susan cantando, luzes piscando, fazendo uma grande elipse espaço-temporal, de modo que  entendemos que ela se apresentou em várias cidades durante um longo tempo. 






quarta-feira, 21 de novembro de 2018

FILME E A ESTRUTURA NARRATIVA

O FILME E A ESTRUTURA NARRATIVA



A estrutura narrativa refere-se ao desenrolar de uma história. Para onde ela vai... quais os desdobramentos... o que ocorre no final. Você pode olhar uma estrutura narrativa já pronta e querer estudar como ela funciona, se fizer isso você vai analisá-la, usando diversas ferramentas teóricas. Se você está querendo criar uma história, então você vai sintetizar uma estrutura narrativa e para isso também existem ferramentas específicas geralmente apresentadas em manuais de criação de roteiros e são as ferramentas que conhecemos a partir da dramaturgia. Importante lembrar e que estrutura narrativa existe antes de se fazer a o filme, ela já está presente no roteiro ou mesmo em uma simples sinopse, o que varia é o detalhamento dessa
estrutura.



O filme "O Dia que Dorival Encarou a Guarda" é um bom exemplo de estrutura dramática construída conforme a sucessão de PROBLEMA, CONFLITO, COMPLICAÇÃO, CLÍMAX E RESOLUÇÃO. A diferença está no fato de que essa sucessão ocorre conforme o Dorival encara cada nível da patente militar, desde o recruta até o capitão. Claro que a resolução final é surpreendente, como todo bom filme.








terça-feira, 20 de novembro de 2018

DOCUMENTÁRIO: ANTES DE FAZER, ESCREVER

DOCUMENTÁRIO: ANTES DE FAZER, ESCREVER!


No mundo do audiovisual tem lugar pra todo tipo de interesse. Existem pessoas que gostam de escrever e sentem-se desanimadas quando começam a estudar audiovisual, pois só se fala de imagens e sons, câmeras, luzes, montagem.

Bom, também tem o contrário o tipo de gente que acha que o filme tá pronto dentro da cabeça e por um dom da natureza o filme vai se materializar assim tipo Plim Plim...

Mas eis que, na produção audiovisual, o lugar do escritor é um dos mais importantes , não há filme que seja bem feito que não tenha sido antes bem escrito.



Alguns estudantes tem me procurado para que lhes orientem na produção de documentários. A primeira coisa a ser feita é escrever o documentário. É bem verdade que o documentário trabalha com eventos inesperados. Mas dentro da inexorabilidade (acaso) dos eventos é necessário algum planejamento. Esse planejamento inicia-se com a redação de um bom ARGUMENTO.

Ele deve ser já o resultado de todas as pesquisas e levantamentos que você fez. Assim com bastante conhecimento acumulado chega uma hora em que tem que escrever. Mas qual é a forma dessa escrita? Trata-se de um texto, na forma de um ensaio a respeito do tema que vai ser desenvolvido, tem uma forma literária, um pouco parecida com uma redação escolar. Simples assim. Veja abaixo uma roteirista feliz...


Como sempre fica muita dúvida em torno daquilo que eu explico (talvez por não saber explicar direito, né) eu resolvi postar aqui um trecho de um livro de Antonio Costa, intitulado Compreender o Cinema (São Paulo, Ed. Globo, 3a ed., 2003). O décimo capítulo é Do Roteiro à Montagem. O texto informa sobre o Argumento ficcional, mas você pode deduzir como ele ficaria para um Documentário. 

Boa Leitura e mãos à obra ! 

Isso é por que eu sou educado e não quero dizer: "VAI ESTUDAR, Ô FOLGADO !!!

https://drive.google.com/file/d/0BwRKMh2WAMEUcUpLUzltRTVucnc/view?usp=sharing
Clique para acessar o texto indicado a leitura


segunda-feira, 19 de novembro de 2018

REALIZAÇÃO AUDIOVISUAL - A POEIRA

REALIZAÇÃO AUDIOVISUAL - A POEIRA



Este curta-metragem foi feito a partir de um conto escrito por Augusto Proença. Trata-se de uma adaptação literária. Os slides explicam o processo de "tradução" da linguagem verbal para a linguagem audiovisual.

Nesta postagem vocês encontram os slides a respeito do processo de
Realização Audiovisual desenvolvido na produção do curta-
metragem A POEIRA (2007).

SLIDES AULA REALIZAÇÃO AUDIOVISUAL - A POEIRA

O filme completo pode ser assistido no Youtube.



quinta-feira, 5 de abril de 2018

MODOS DOCUMENTÁRIOS

OS MODOS DOCUMENTÁRIOS SEGUNDO BILL NICHOLS

Bill Nichols (nascido em 1948) é um dos mais representativos estudiosos de documentários. 

Seu livro "Representing Reality: Issues and Concepts in Documentary" é um marco nos estudos de cinema documentário.

Prof. Bill Nichols

No Brasil, foi publicado seu livro Introdução ao Documentário, pela editora Papirus em 2005, hoje (2016) na 6a. edição.

Capa da 6a. edição de
Introdução ao Documentário

O livro apresenta questionamentos a respeito do documentário; apresenta também uma classificação dos tipos de documentários encontrados ao longo da história.

Abaixo um extrato de página do capítulo sobre os modos documentários:




Como se vê há uma relação estreita entre o desenvolvimento histórico do documentário e o surgimento dos diferentes modos, ainda que os modos tenham existência independente de sua data de produção. 

É possível encontrarmos documentários poéticos hoje em dia,  como um documentário reflexivo da década de 30. 

A análise pormenorizada dos modos documentários é feita no:


O estudo dos modos documentários exige que se assistam os documentários citados. Atualmente é possível encontrar muitos dos documentários no Youtube. Um clássico que deve ser assistido necessariamente é o filme:

NANOOK DO NORTH de ROBERT FLAHERTY de1922 ( 80min ).

Conta a história de Nanook, um esquimó e as diferentes formas de se obter alimento e abrigo no congelante inverno do hemisfério norte. Foi filmado na Baía de Hudson ao norte de Quebec no Canadá. 

Abaixo o link para o filme no Youtube:






Bons estudos !


quarta-feira, 4 de abril de 2018

DOCUMENTÁRIOS SEGUNDO ERICK BARNOUW

Os Documentários segundo Erik Barnow

Erik Barnouw (1908 - 2001) é um historiador das mídias e autor de um dos mais importantes livros a respeito de Documentários. 

Erik Barnouw professor da
Columbia University, morreu com 93 anos
Ele foi trabalhar na Columbia University em 1946, depois de uma carreira bem sucedida no rádio, trabalhando para a CBS e NBC, antes da 2a. guerra. Durante seu trabalho na Columbia ele organizou a Divisão de Cinema na Escola de Artes e serviu como chefe de departamento até 1968. Ele também serviu como editor para o Centro para Comunicação de Massas da Columbia University, e permaneceu trabalhando na Columbia até 1973.

[ Documentary ] a history of non-fiction film", um livro publicado em 1974 e atualmente com 6 edições. 

Este livro pode ser baixado da internet, (a versão de 1987, não revisada) no endereço abaixo (obviously in English):

Capa da Edição de 1987, na foto Mikhail Kaufman
em  "O Homem da Câmera" de Vertov (1929)

Nesta última versão, Barnouw inclui um capítulo que ele chama de MOVIMENTO, que retrata a situação do documentário na década de 70 e 80.

segunda edição em papel jornal com
capa mole de 1993 
O livro conta a história do documentário, principalmente o americano e algumas outras de outros países. Todavia o mais interessante a se considerar nessa história é a classificação que Erik Barnouw realiza frente aos diferentes tipos de documentários que ele vai citando ao longo da história. Essa classificação é bem mais complexa do que a classificação, um tanto simplista, de Bill Nichols.



 Cada um dos tipos referem-se a períodos históricos específicos e as funções desempenhadas pelos documentários. 

Em "Vislumbre de Maravilhas" Barnouw trata dos primeiros filmes, e os primórdios das imagens em movimento. 

Em "Imagens ao Trabalho", apresenta a fase dos filmes poéticos mas que são subdivididos em 3 categorias: Explorador, Repórter e Pintor.

Em "Som e Fúria" Barnouw apresenta os filmes sonoros e os associa atividades humanas como o Defensor, o Corneteiro que passa instruções aos soldados e o Acusador, que afirma quem fez algo. 

Em "Lentes Nubladas", apresenta o período do pós-gerra, (década de 50), com Poetas, Cronistas e Promotores de idéias e empresas.

Depois em "Foco Nítido" apresenta os filmes do período do Som Direto (década de 60 e 70), mas com categorias que são bem distintas: o Observador (e aqui concorda com Nicholls) que olha, ouve e memoriza; o Catalisador, aquele que incita determinadas reações; e o Guerrilha, aquele que vai à luta contra o que está estabelecido.

Aproveito para fazer algumas sugestões de filmes do capítulo "IMAGENS AO TRABALHO" (ainda o cinema mudo), que poderão ser vistos no Youtube e que permite que você tente encaixá-los em alguma daquelas categorias citadas acima. Na próxima postagem eu apresentarei alguns filmes do capítulo "Som e Fúria" e do capítulo "Lentes Nubladas". 

OBSERVAÇÃO MUITO IMPORTANTE: alguns filmes mudos receberam uma musicalização mais contemporânea, o que permite que os vejamos com mais interesse. 

OBSERVAÇÃO POUCO IMPORTANTE: espero que os links fiquem funcionais por bom tempo pois alguns filmes tem direitos autorais e às vezes são retirados do YouTube, para minha tristeza.



Joris Ivens - A ponte 1928



Joris Ivens - A Chuva 1929






Robert Flaherty - Moana 1926


Dziga Vertov - O Homem com a Câmera 1929 (Alloy Orchestra)



Victor Turin - Tuksib 1929




Dziga Vertov - A sexta parte do Mundo 1926 (música de Michael Nyman 2010)


Merian C. Cooper - Grass: A Nation's Battle for Life (Documentary Film 1925) TRECHO



Merian C. Cooper - Grass: A Nation's Battle for Life (Documentary Film 1925) COMPLETO